Enquanto a cidade dorme
Sertão está de plantão
Vê se no céu relampeja
Ou se escuta o trovão
Pedindo pra vir a chuva
Pra regar a plantação
E quando a nuvem aparece
Sobre a floresta despeja
Primeiras gotas que caem
São lágrimas sertanejas
Corre no mundo a notícia
Petróleo vai se acabar
Quando isto acontecer
A Terra pode parar
Vai fechar muitas industrias
De grande fabricação
Até o meio de transporte
Vai ter paralisação
Enquanto houver Sol e chuva
Não vai parar meu sertão
Se meu trator silenciar
Por falta de combustão
A minha trela de burro
Logo já entra em ação
O meu velho tombador
A carpideira e o arado
Sem ter dia e sem ter hora
Eles trabalham dobrado
Virando a terra e plantando
Vão dar conta do recado
E quando na rodovia
Não passar mais caminhão
Meu velho carro me espera
Lá no fundo do galpão
Minha boiada carreira
Tá sorta nas invernadas
De manhãzinha me acorda
Berrando pelas quebradas
Parece sentir comigo
Vamos voltar nas estradas
Por isso então nossa gente
Não tenham medo da vida
Vamos voltar ao passado
De tantas histórias esquecidas
O sertão manda recado
A toda a pátria querida
O diabo fecha uma porta
Deus abre novas saídas
No prato de vossos filhos
Nunca vai faltar comida