Eu conheci um cabocro
Lá pras bandas de Matão
Era um pobre religioso
Tinha suas devoção
Pedia a São Benedito
Na hora das oração
Si um dia eu fica rico
Pra pobreza eu dô a mão.
De certo dia por diante
Seu viver foi tranformado
Fico rico em pocos ano
Um fazendero afamado
Lá nos Baco da cidade
Tinha dinheiro guadado
Tinha grandes cafezá
Forte criação de gado.
Uma tarde em sua fazenda
Um preto véio chegô
Pediu pôzo e comida
E o fazendero nego
Pro caminho que ocê veio
Pode vortá por favô
Não aceito estanho em casa
Quanto mais sendo de cor.
Nessa noite pegô fôgo
Na sua grande invernada
Foi matando as criação
Nesta triste derriçada
A plantação de café
Em cinza foi tranformada
Seu dinheiro lá dos banco
Se acabo ficando em nada.
LEVANTE
Esse hóme entrô chorando
Na igrejinha do arraiá
No artá de São Benedito
O hóme pegô a reza
Reconheceu o preto véio
Quando oviu uma voz fala
Você foi pobre, foi rico
E pobre tornô a ficá
Abusa da religião
É um pecado mortá.